Campanha permanente de combate ao racismo, denominada “É Racismo. Não é Um Mal Entendido!”, foi lançada nesta quarta (27/3), em Ato no Plenarinho da Câmara Municipal

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“_Cabelo!_ Alguém disse quando entrei em um açougue, no Padre Anchieta.

Perguntei aos presentes se ele falava comigo, disseram que não. Dois meses depois, voltei ao local e ouvi novamente:_ Cabelo!_ Continuei fazendo minha compra. Enquanto isso, o rapaz que tinha dito isso ria sem parar, junto com duas moças brancas, de cabelo liso. Ao sair, disse a eles que para ser bem atendida não teria de mudar a cor da minha pele nem alisar meu cabelo. Fui à Polícia, onde tentaram me convencer de que eu estava equivocada, que não se tratava de racismo, que tinha sido um mal entendido. Voltei ao local com a Polícia e o dono disse que ‘Cabelo’ é o apelido de um dos seus funcionários. Então por que falaram isso as duas vezes em que fui até lá? Por que riram tanto? Não, não foi um mal entendido! Quero respeito! Vou até o final!”.
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O depoimento acima é de Cris D’Jambo, micro empresária e militante do movimento de combate ao racismo em Campinas, um dos momentos mais emocionantes do Ato de Lançamento da Campanha “É Racismo. Não é um Mal Entendido!”, na tarde desta quarta (27/3), no Plenarinho da Câmara Municipal. A Campanha permanente de combate ao racismo é promovida pelo mandato do vereador Carlão do PT, em parceria com entidades e militantes do Movimento Negro (de combate ao racismo) na cidade. Além das falas dos integrantes da Mesa, o Ato contou com a participação ativa de toda a plateia, com intervenções que incluíram outros depoimentos, sugestões e uma performance de diálogo racista. Ao final, todos e todas, de mãos dadas, entoaram um cântico de origem afro-descendente, puxado pela Mãe Iberecy.



Ninguém nasce racista



Entre as próximas atividades da Campanha estão a realização de ações de divulgação e debate em universidades, escolas, comunidades e entidades; a composição de uma Frente Regional de Combate ao Racismo, envolvendo vereadores e entidades do Movimento Negro da região de Campinas; e a construção de um grande encontro para debater a Lei Federal 10.639/ 2003 (que obriga o ensino da história e culturas africana, afrodescendente e indígena nas escolas), com a participação de outros vereadores e entidades da região e do governo municipal.



É consenso entre os militantes que um dos principais desafios para o enfrentamento ao racismo é colocar em prática a Lei Federal 10.639, já que “ninguém nasce racista”. Em Campinas,  informações de profissionais de Educação e do Movimento Negro apontam para o fato de que a Lei não está sendo cumprida, devido à inexistência de uma política pública efetiva. Leia mais sobre isso em Ensino de Culturas Afro e Indígena nas escolas: Carlão vai colaborar com Município para colocar Lei Federal em prática .

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Grupo de Trabalho

 

 

Também foram apresentados os nomes que compõem o Grupo de Trabalho responsável pela construção da proposta da Campanha, sob a coordenação de Edna Lourenço (assessora do vereador Carlão e fundadora do Grupo Força da Raça), a seguir: Celso Ribeiro, Tida Miranda, Wilson Queiróz, Cristiane D’Jambo, Wagner Luiz Alves, Alessandra, Márcia Adão, Cleuza Aparecida Silva, Damaris Cristina, Edna Beatto e Rogéria.



Ponte Preta é parceira



Por ser a “primeira democracia racial do futebol brasileiro” (desde a fundação em 1900 já tinha afrodescendentes no elenco e na diretoria), a Associação Atlética Ponte Preta foi convidada a  integrar a campanha “É Racismo. Não é Um Mal Entendido!”. Na partida desta quarta-feira (27/3), os atletas alvinegros entraram em campo levando uma faixa alusiva à campanha no jogo contra o Botafogo-SP. O vereador Carlão fez questão de assistir à partida para prestigiar o momento.



A Campanha



Todas as pessoas que compuseram a Mesa do Ato de Lançamento da Campanha parabenizaram a iniciativa e se mostraram confiantes e dispostos a colaborar para que os objetivos sejam alcançados, com a promoção da reflexão, conscientização e participação dos mais variados segmentos da população. Todo o conteúdo recebido, via e-mail (eracismo@gmail.com), será analisado, encaminhado a autoridades (se for o caso) e pode ser utilizado para fundamentar ações de combate ao racismo. As ferramentas de comunicação incluem um site (http://eracismo.wix.com/eracismo), uma Fan Page (página no Facebook) e material visual, com logotipo desenvolvido especialmente para a campanha.



Algumas aspas



“Acredito que através deste e de outros movimentos desse tipo teremos condições de transformar a sociedade, para que no futuro não tenhamos mais essa necessidade”- Suely Gonçalves, que representou a Secretaria de Educação de Campinas na Mesa.



“É uma honra muito grande estar nesta Campanha! Vamos entrar em campo hoje com a faixa para mostrar ao Brasil e ao mundo que a Ponte é contrária a isso”- Tagino Alves dos Santos, diretor jurídico da Associação Atlética Ponte Preta.



“Essa juventude não conhece a nossa história. Só vai conhecer quando estiver em prática a Lei 10.639. Então, que ela seja efetivamente colocada em prática!”- Tida Miranda, da Agentes Pastorais Negros e do Comitê Técnico da Saúde da população Negra.



“Não é um mal entendido. É racismo! Temos de sair da zona de conforto e levar isso a todos os espaços, seja nas empresas, igrejas ou hospitais”- Moacir Barra Grande Filho, presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.



“Não queremos ser os atores, mas sim a ferramenta para que vocês, dos Movimentos Sociais, levem adiante esta Luta”- vereador Carlão do PT.

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Contatos da Campanha



Site: http://eracismo.wix.com/eracismo
E-mail: eracismo@gmail.com   
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